domingo, 29 de julho de 2012



Teu nome
salta-me dos olhos
e borra o papel.

Saudades não sabem escrever poemas.
AílaSampaio

     

Não quero mais a paixão, o arrebatamento da ansiedade, o desejo inadiável e urgente que atravessa avenidas sem olhar o trânsito ou pula muros sem medo de tiros. Não, não quero mais o que me inquieta a alma sem  trégua, o pensamento submisso às incertezas, mesmo com a embriaguez vadia dos momentos fugazes. Quero mais não. Prefiro a placidez das certezas, a cumplicidade dos olhares que escrevem as verdades mais silenciosas na alma. Prefiro o abraço desapressado, a serenidades da espera e a sobriedade dos gestos. Quero o amor com a sua calmaria de rio escorrendo em minhas veias. Quero dormir e acordar sem sobressaltos sobre a presença ou a ausência da pessoa amada. Quero acreditar que é possível acreditar no me foi dito e não ter nunca motivos para duvidar ou mentir. Não quero jamais compartilhar sentimentos com que precisa fazer de conta que é feliz. 
AílaSampaio



Ainda havia muito a dizer, mas eu não disse... a gente aprende a calar quando entende que as palavras já nada podem mudar, por mais sentidas e sinceras.E nada nos tiraria a despedida. Nosso território  era o momento e ele já havia sido pisado... Restava admitir que ele estava, então, no passado, e a vida deveria continuar: um sem o outro, com os desejos suspensos e o futuro absolutamente impisável das areias movediças.
AílaSampaio



Há dias em que o coração acorda saudoso, como se a neblina do tempo pusesse penumbra pelas frestas da janela. Não há tristeza, tampouco desespero. Há, sim, o mormaço dos momentos vividos transformados em lembranças... há a memória trazendo de volta o que foi bom e deixou pegadas leves no coração.
AílaSampaio


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