quinta-feira, 1 de novembro de 2012


Enquanto lamentamos o passado ou planejamos o futuro, a vida acontece à nossa revelia. Não percamos as rédeas do nosso destino, façamos do presente o nosso melhor presente. 


Viver é equilibrar-se na corda bamba da
incerteza entre o para sempre e o nunca mais.


Que importa a extensão desmedida de terras e mares a nos seprar, se não há lonjura entre as minhas vontades e os teus desejos?

Como frutas que apodrecem, tecidos que esgarçam, as palavras sofrem a ação do tempo. Mensageiras  de enganos e certezas, são servas do vento, sempre voam.

Amor é o que lateja mas não dói; o que desassossega sem tirar a paz; o que dá cor à tela cinza da vida e borda os nossos sonhos com esperanças de realidade.



Quando amanhece, pensamentos mal comportados atravessam o Atlântico; versos assimétricos saltam das pontas dos dedos, a manhã reverdece esperanças dormidas em catres escuros... e a vida segue independente dos ônus ou dos bônus que se acumulam dia após dia.

Tenho procurado olhar para as coisas sem emotividade, sem racionalização, para vê-las sem austeridade e sem roupa de festa, sem nada que lhes contamine com o meu olhar de paixão ou desdém. Não quero mais castelos nem taperas vestindo a minha imaginação; quero a nudez da realidade e sua caixinha de surpresas armando o imprevisível.
Se me fosse dada uma varinha mágica, faria outro enredo para a humanidade; apagaria todas as páginas de algemas, de catres e porões, e escreveria uma história em que a liberdade fosse uma lei irrevogável. 

O que as mãos não alcançam o pensamento desenha com o traço desassossegado da saudade que se renova dia após dia... 

São muitos a nos indicar os caminhos, são inúmeros os que nos apontam trilhas e sugerem desvios, mas sempre pagamos sozinhos o preço da escolha feita.


Necessito das palavras para despir os meus silêncios.
Lâminas cortantes ou unguentos que saram, são elas  a vestimenta das histórias, o vento que leva toda mágoa ou o anjo que anuncia as boas novas.


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