Lei de sobrevivência emocional: não alimente sentimentos por quem te deixa morrer à míngua.
O mais cruel despojo do amor que finda não é a mágoa... é a indiferença.
Certas dores não passam com analgésico; somente cessam com
abraços.
Sou mesmo a casa do inesperado: quase tudo mora do lado de fora dos meus planos e acontece à minha revelia.
Foi quando te perdi que me ganhei de
volta...
Venho adiando algumas coisas para ver se não acontecem... Tenho deixado outras para amanhã, esperando que aconteçam no tempo certo.
Às vezes sinto uma vontade enorme de desistir da literatura,
de
esquecer a que vim ao mundo, desconhecer as subjetividades e nascer de
novo, com o HD reformatado apenas para as coisas práticas da vida.
Fecha os olhos e inicia o percurso do meu corpo pelo teu... somos parte um do outro, metade inteira de um todo indivisível.
Na escuridão, tateei teu nome em minha memória mas só encontrei rabiscos ilegíveis da tua passagem pela minha vida.
Acordei com saudade, imensa saudade de momentos, de pessoas, de cheiros e sons, saudades que não podem ser contabilizadas no tempo nem minimizadas, tampouco exorcizadas. Esses reveses da memória reacendem lampejos do que ficou pelo caminho, do desperdício de vida com as tantas perdas, da minha inabilidade sempre com os sentimentos... Prefiro acreditar que o destino se cumpriu, e que não poderia ter sido de outro jeito, a alimentar culpas que só trariam de volta a sensação de fracasso e impotência.
Por que será que somos tão resistentes a largar os sofrimentos e insistimos em trazer para o presente o que só faz sentido no passado? Haverá, em nosso inconsciente, algum receio da felicidade ou tudo se pontencializa no medo de ter e perder?
Só encontro a realidade
através do sonho.
Teu maior defeito é viver longe
de mim, não fazer nada contra a incomunicabilidade dos nossos
corpos...
Mágoas são despojos de guerra... Guardá-las é contaminar-se com lixo radioativo!
Não adianta definir o amor ou conjecturar sobre... Ele sempre nos surpreende quando chega, jogando no chão toda a nossa teoria.
Basta um olhar
teu para que a minha alma
abra todas as suas janelas e pinte o
coração de verde-esperança...
Eu te esperei como uma criança faminta, como alguém que não sabe o que fazer sozinho para matar a fome. Eu te esperei quase com desespero, porque sabia que há muito o relógio havia parado para nós dois, mas não conseguia deter os ponteiros acelerados do meu desejo. Eu te amei com desejo de morte, pois sabia, de antemão, que nunca mais encontrarias o caminho que te levaria a mim.
Há rios que deságuam em mim, silenciosos como lágrimas; há correntezas a céu aberto escrevendo manifestos à natureza para que o nosso amor floresça, apesar do sol intempestivo e da falta de rega.
O
mesmo tempo que acomoda as dores enterra as esperanças. A mesma mão que
acaricia é capaz de uma agressão. A mesma boca que jura amor silencia
sua indiferença. Tudo é circunstancial, cruelmente circunstancial.
Ou estabelecemos limites de velocidade para a nossa corrida contra o tempo ou seremos atropelados por ele. No ritmo de competição insandecido em que vivemos com as horas, deslizando cegos sobre os ponteiros do relógio, do momento que passa não ficará sequer a lembrança de tê-lo vivido.
Eu queria saber
menos da vida, para poder errar mais; eu queria
sentir menos,
para doer menos, queria ter menos talento
para os remendos. Eu queria encontrar o
equilíbrio entre o menos e o mais, entre o
lento e o fugaz; não gostar de café
fumegando nem de afundar o pé no
acelerador da vida. Eu queria ser menos um pouco mais.
Essa intensidade sem trégua provoca
curto-circuitos diários em meu
coração.
Seguir, seguir sempre em frente, sem olhar para trás, sem lamentar o perdido. Enquanto não impetrarmos uma ação de despejo no passado, enquanto não desocuparmos o coração, nos desfazendo das esperanças caducas, não receberemos as dádivas do presente!
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