Guardar mágoas? Nunca... não sei cultivar serpentes nem guardar lixo radioativo.
Quando o telefona não toca, sei que é você esquecido de mim...
Aíla Sampaio
Não podemos arriscar a nossa felicidade no outro, pois nunca saberemos aonde vão dar os seus caminhos... o mais seguro é fazermos nós mesmos a nossa trilha, pois somos os únicos donos do lugar aonde queremos chegar.
É humano trair-se a si mesmo pelos sentimentos! Por insegurança, peca-se pela falta ou pelo excesso e engole-se uma dose amarga de consequências. Por carência, dá-se a algumas pessoas mais importância do que elas realmente têm e permite-se, com certa subserviência, que elas nos magoem.
Continuo viva, por isso, correndo todos os riscos, afinal, não se pode querer fazer um omelete sem quebrar os ovos e, uma vez ou outra, sujar a cozinha ...
Agora que apaguei as lembranças e fiz as pazes com o passado, posso finalmente enterrar meus morttos e sentar-me à mesa... nada mais me será indigesto!
Uma pessoa só é realmente livre quando deixa de se importar com o que os outros pensam a seu respeito.
Aíla Sampaio
Tu sabes que eu conheço teus caminhos, as veredas e todos desvios... sabes que sei que todas as estradas que vão a ti dão em nada...
Aíla Sampaio
Sou fácil de gostar. Meu coração elastece rápido; é crédulo e vê-se a si mesmo em cada outro. Estende tapete vermelho a quem chega, usa sua melhor louça e convida logo pra festa. Mas, descoberta qualquer fraude, se encolhe com a mesma rapidez, desgosta com a mesma avidez; recolhe o tapete, os pratos e os talheres, descrer irreversivelmente. Fecha-se com travas pesadas quando descobre gente falsa ciscando no quintal... Essa espécie sedutora engana bem... é como qualquer cafajeste que se preze: delicado e cheiroso, mas não vale o sapato que usa. Até pode saber chegar, mas nunca sabe sair sem bater a porta e sujar o tapete...
Aíla Sampaio
Quando tudo parecer escuro e sem saída, não tente inventar a claridade nem passar pelas janelas que o medo do desconhecido pode inventar ... às vezes a vida quer que mergulhemos no inusitado para desenxergarmos os caminhos da ilusão e encontrarmos a porta que nos levará ao nosso verdadeiro destino.
Entrei no elevador e pensei, de repente, ter entrado numa máquina do tempo. Aquele cheiro antigo ali, de repente ativo, sem presença, mas tão vivo, me levou àquela época em que se podia andar nas ruas, quarteirões a pé, de mãos dadas. Lembro-me bem de que não reclamávamos da distância entre o colégio e a nossa casa, íamos seguindo, levados pelo vento; eu, sempre mais sensível, ia arrastada pelo teu perfume que ficava impregnado em minhas mãos e em minha alma, como um radar que te identificava a qualquer distância. Depois de tanto tempo impedidos de andar de mãos dadas pelas ruas, um hiato instransponível em nossas vidas, eu te reencontro, no vazio de um elevador recém-usado. De alguma forma passaste por mim outra vez... minha alma reconheceu teu rosto (em teu cheiro) na remota caixinha da memória desgastada pelos anos e pela saudade que eu nem sabia mais que sentia.
"Nenhuma luta haverá jamais de me embrutecer, nenhum cotidiano será tão pesado a ponto de me esmagar, nenhuma carga me fará baixar a cabeça". Digo-me isso todos os dias, Caio F. Abreu. Sou dura na queda, mas, de vez em quando, confesso, quero um afago, um colinho, um chá nas mãos e alguém que diga "deixa que eu faço isso pra você"!
Há quem conte sobre os amores que despertou, e aos quais não correspondeu, como quem lava o ego com as lágrimas alheias. A vida sempre adverte: cuidado, a vaidade cega para os abismos: é crime inafiançável brincar com os sentimentos dos outros. Quem faz do coração alheio um parque de diversões está comprando ingresso pra morrer numa montanha russa.
O que nos dá coerência e credibilidade não é a palavra que empenhamos nem a atitude que tomamos, mas a perfeita sintonia entre elas. Falar e não fazer é como vender um mercadoria e não entregá-la.
Aíla Sampaio
Não me importa se numa bandeja de prata ou num caco de telha, desde que me dês a deliciosa polpa do momento por inteiro.
Aíla Sampaio
Não me importa se numa bandeja de prata ou num caco de telha, desde que me dês a deliciosa polpa do momento por inteiro.
Aíla Sampaio
Nada com aviso de provisório ou permanente me agrada. O tempo e as circunstâncias é que devem determinar a duração das coisas. Meu coração tem seu próprio calendário e não obedece às vontades ou determinações alheias.
Aíla Sampaio
Senhora dona Razão, decidi perder sua senha. Não me justifico mais, não discuto com paredes nem espero a admiração dos narcisos. Desaprendi regras e passei a voar somente em direção às minhas vontades. Joguei fora as senhas e todas as chaves que permitiam meu acesso às prisões sem grades onde eu me encarcerava com medo da opinião alheia.
Decidi que só cabem no meu abraço os que me compreendem sem que eu precise me explicar; os que me amam pelo que sou e não pelo que esperam que eu seja; os que me me criticam pelo que veem e discordam em minha postura e não pelo que falam de mim.
Meu coração nunca decide trocar a fechadura de sua porta à toa!
Tudo já foi dito, digitado ou manuscrito, aos gritos ou em silêncio, por ato ou omissão. Eu é que não acredito e, como toda mulher apaixonada, insisto em só ouvir o coração!
Aíla SampaioEssa despedida presa em nossos olhos, como uma lágrima que não cai, é dor adiada, torneira que pinga à noite inteira e não deixa meu desespero dormir.
Meu calcanhar de Aquiles? ... é esse meu jeito de encarar tudo como muito sério: trabalho, comportamento, amizades, amores. Dou risada e brinco, mas com sentimento não me distraio, não me descuido. Não sei ser inconsequente, mas sei o que não quero pra mim. Estou, dia a dia, aprendendo a reconhecer a desimportância de muitas coisas e optando mais e mais por quem está perto porque quer, por quem me respeita e me aceita como sou...
Perder é o aprendizado mais difícil da vida... mas não temos opção. Já nascemos predestinados a passar por isso. A forma 'como' vamos passar é que nos revela quem verdadeiramente somos e quem verdadeiramente temos.
Aíla Sampaio
É difícil cronometrar as horas de quem sofre, pois são feitos de demora os ponteiros do relógio de quem espera passar uma dor.
Aíla Sampaio
Mais uma vez não foste capaz de atravessar as ruas e os medos que nos separam... Deste, assim, mais um soco na minha esperança de que pudesseses continuar vivo pra mim.
A força que nos impulsiona a fazer algo não depende de disposição física nem de disponibilidade de tempo, mas do nosso desejo. Nenhum combustível é mais eficaz do que a vontade!
Que o meu amor caiba no teu abraço sem sobra ou falta de espaço. Que me vistas com teu corpo e nele amanheças como um dia ensolorado após uma noite de chuva.
Tudo passa... mas, até passar, leva pedaços nossos, mutila-nos a alma, desveste-nos a pele e nos põe ao sol em carne viva. É preciso que suportemos o calvário, que sangremos, que vivamos a dor à exaustão... só assim, sem fugir às etapas desse longo processo, podemos esgotar a fonte do sofrimento para viver o nosso luto interior e, com o tempo, renascer com nova pele, novos olhos, e a alma revestida de coragem pra continuar.
Aíla Sampaio
Voo, mesmo de asas quebradas, porque sempre acredito na cumplicidade do vento...
Às vezes a gente olha pra trás e se pergunta: como eu pude...???? Num surto de lucidez, num momento de epifania clariceana, se conclui que a carência é irmã gêmea da cegueira e da burrice! Não há borracha pra apagar o passado, mas há tinha bastante pra escrever o futuro com novas cores e desejos.
O amor é como o barulho do vento... ecoa despreocupado se vão ou não escutá-lo. Existe naturalmente, como o espetáculo da aurora, que acontece independente dos olhares que o admiram ou, alheios a ela, ainda dormem.
Não tenho asas, mas tenho sonhos e, dentro deles, cruzo os espaços e transponho as distâncias, matando as saudades e vivendo os desejos que a realidade interdita.
Aíla Sampaio
Prefiro a proteção do anonimato ao brilho dos palcos... nada de holofotes para a minha alegria ou a minha dor... quero mesmo é a plateia, onde acontecemos em nós mesmos e fazemos com os olhos o nosso próprio show. Aíla Sampaio
Nenhum comentário:
Postar um comentário